Do espelho, os cacos







Billie Jean by Chris Cornell



(para a fantasia de Raquel)

Sólida figura, um mosaico real abstrato,
onde palavras engendravam sentimentos,
destilando amargo com dom de mel:
- Na fantasia, sorrisos que eram risos.

Sei teus ardis, uma princesa louca,
enquanto eu, tolo brinquedo de colecionar,
inda lembro de um verso, ode reverso:
- Quero-te e me quero em ti.

Somem os reflexos,
comprimo apenas os cacos
e, com cara de espanto e decepção,
como quem identifica o fogo amigo, expludo:
- Às vezes a felicidade é apenas uma ilusão dos medíocres.



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Do espelho, os cacos de Carlos Couto é licenciado sob uma Licença Creative Commons Atribuição-No Derivative Works 3.0 Brasil.
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O dom de rejeitar o bom da vida




Steel Wind by Chris Cornell

 
 
Refugou a carne da fruta
e cuspiu com desprezo o mel, 
que era o sumo.

Então comeu as cascas,
também o bagaço, fibras
e a medula das sementes.

Teve o melhor nas mãos,
mas praguejou
contra o amargo que escolheu.

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Poemas de um mar inventado

Desenhos de um mar inventado,
são náufragos, esboços que flutuam
ora rasuras, então são marinheiros reflexivos
e um vazio com gosto de maresia:
- a sede de minha mão são palavras de papel.

Enauseado, abstraio rotas imprecisas,
cantam sereias, iludo-me por que quero
e um farol, resplandece-me um lume opaco,
sei onde aporto, o revés de um canto solitário:
- melancolia é um cais de indiferença. 

Canto de amor e desespero



Sua juventude é ruidosa, ela não ouve.
(À maneira de Mme. de Sévigné)


Eu tratarei de tua sede
com o vigor de uma torrente,
e cuidarei de tua fome
com a fúria de uma avalalanche.

E plenos serão teus dias
e fartas as respostas aos teus desejos
que, se eu não conseguir satisfazê-la,
então não é amor o que te sacia.


Ofício de pescar, oração de boa ventura



Oração de benção, prece de boa ventura,
a benção veio...
Júbilo, no meio da pescaria.

Mais claro que o sol, o sol,
claro, mais claro que outros dias,
tão claro quanto o olho do peixe.

Dia claro nas águas claras
que o brilho do anzol
refletiu na íris do peixe.

Assustado, o peixe fugiu.
Assustado, o cardume,
disperso como flechas sem direção.

A benção veio, boa ventura.
A benção dessa vez
veio, mas para os peixes.

Descartes, o pensamento e a pedra de existir



1.
Penso:
- sou pedra,
logo,
- triste e demente,
existo.

2.
Vejo a pedra,
oca de abstrações,
ela não pensa,
mas eu sei que ela existe.

3.
Quem pensa que é pedra,
existe,
e pedra, que não pensa,
também.

Um cântico triste e uma prece



Dê-nos o bem, quer nós o peçamos, quer não, e afaste de nós os males, 
assim que o pedirmos." - "Essa oração parece-me bela e certa. 
Se encontrares nela coisa repreensível, não esconda".

Platão


Há um caminho, abandonado e perdido,
na longa noite, com o pavor das tempestades,
e também um grito, de silenciosa maldade.

Fantasmas de pedra, espíritos hostis,
choram crianças, cães e um desespero,
e tanta dor que se arrasta no vazio.

Na solitude, amargura dos humildes
famintos, errantes vagueiam,
há no caminho, angústia e desespero.

Mesmo triste, ensaio uma prece:
- Que Deus afaste do coração dos seres de bem,
o sofrimento e, de seus caminhos, o mal.

O dom do vento em Gibraltar



- a voz rouca de um golfinho
 
Lançou-se como um golfinho,
o vento, na medula branca do mar

tingindo de espuma, o longe
como o promontório no dorso de Gibraltar.

Postam-se à mesa conchas e búzios
e inauguram o sagrado momento de contemplar

é que o espírito do vento, assim como o golfinho
também possui o dom de cantar.

É preciso saber o mar


- mergulhar no rebatismo

Contemplo o voo
que vem de dentro das gaivotas

e é doce contemplar o mar
o gosto da brisa flutua,
entorpece, embriaga,
reestabelece a sobriedade.

Raso, arrisco um mergulho:

- é preciso lavar o corpo por dentro;
- é preciso renovar o batismo;
- é preciso saber o mar
por dentro e para fora dos sentidos.

BULA POETRIX

O hai-kai é uma pérola; o poetrix é uma pílula.
Goulart Gomes

 
Em 2009 o POETRIX completa 10 anos de criação. Nesse período ele obteve uma significativa propagação no Brasil, Portugal e em outros países de língua latina.

Com o objetivo de melhor defini-lo, estabelecendo critérios quanto à sua forma e conteúdo que possam orientar mais precisamente os seus autores - os poetrixtas – a Coordenação Geral do Movimento Internacional Poetrix (MIP) divulga, agora, esta BULA POETRIX, conjunto de orientações para o aperfeiçoamento e uniformização desse gênero literário.


1 POETRIX – Informações Técnicas


CONCEITO
 
Poetrix (s.m.): poema com um máximo de trinta sílabas métricas, distribuídas em apenas uma estrofe, com três versos (terceto) e título.



FORMAS MÚLTIPLAS

São criadas em contextos comunicativos e constituídas como derivações do POETRIX; sua elaboração tem como características básicas o dialogismo, a intertextualidade e a polissemia da linguagem. Identificadas e reconhecidas pelo MIP como Duplix, Triplix e Multiplix são mesclagens de dois ou mais poetrix que se compõem com a participação obrigatória de variados autores e com suas poéticas formando sentidos complementares entre si (individualidade-interação-universalidade). 
 



2 CARACTERÍSTICAS DO POETRIX

2.1      O poetrix é minimalista, ou seja, procura transmitir a mais completa mensagem em um menor número possível de palavras e sílabas.
2.2      O título é indispensável. Ele complementa e dá significado ao texto. Por não entrar na contagem de sílabas, permite diversas possibilidades ao autor.
2.3      Não existe rigor quanto à métrica ou rimas, mas o ritmo e a exploração da sonoridade das sílabas é desejável.
2.4      Metáforas e outras figuras de linguagem, assim como neologismos, devem ser elementos constitutivos do poetrix.
2.5      É essencial que haja uma interação autor/leitor provocada por mensagens subliminares ou lacunas textuais.
2.6      Os tempos verbais – pretérito, presente e futuro - podem ser utilizados indistintamente.
2.7      O autor, as personagens e o fato observado podem interagir criando, inclusive, condições supra-reais, cômicas ou ilógicas (nonsense).
2.8      O poetrix deve promover a multiplicidade de sentidos e/ou emoções, não se atendo necessariamente a um único significado.



3 COMPOSIÇÃO

O POETRIX deve ser composto por ao menos um dos seguintes elementos, inspirados nas Seis Propostas para o Próximo Milênio, de Ítalo Calvino:


3.1      CONCISÃO: o mínimo é o máximo. O importante é dizer muito, falando pouco. O poetrix é uma pílula, que tem seu propósito determinado; é um projétil em direção ao alvo;
3.2      SALTO: é a metamorfose da idéia inicial, provocada no segundo ou terceiro verso da estrofe, acrescida de outros significados, permitindo uma nova perspectiva de compreensão do poetrix;
3.3      SUSTO: é o elemento inusitado e imprevisível que provoca surpresa ao leitor; é a fuga do lugar-comum, da obviedade, que desconstrói e amplia horizontes, mostrando outros caminhos, possibilidades, contextos;
3.4      SEMÂNTICA: exploração da polissemia de determinadas palavras ou expressões, permitindo a possibilidade de variadas leituras ou interpretações;
3.5      LEVEZA: jeito multifacetado de utilização da linguagem. Nesse sentido, o uso de imagens sutis deve trazer leveza, precisão e determinação ao poetrix e, com isso, provocar, no leitor, a abertura de renovadas construções mentais impregnadas de imprecisões e indeterminações, de novas possibilidades de interpretar a realidade, de desanuviar a opacidade do mundo.
3.6      RAPIDEZ: máxima concentração da poesia e do pensamento; agilidade, mobilidade, desenvoltura; busca da frase em que todos os elementos sejam insubstituíveis, do encontro de sons e conceitos que sejam os mais eficazes e densos de significado;
3.7      EXATIDÃO: busca de uma linguagem que seja a mais precisa possível como léxico e em sua capacidade de traduzir as nuanças do pensamento e da imaginação;
3.8      VISIBILIDADE: qualidade de expressar e pensar imagens, colocando visões em foco; reflexo da qualidade imagética do poetrix, em cor, sombra, contorno e perspectiva; é o substantivar da poesia;
3.9      MULTIPLICIDADE: expressão da pluralidade de possibilidades intertextuais e polissêmicas, provocando interações e criando novas formas;
3.10CONSISTÊNCIA: através da fuga das obviedades, dos lugares-comuns, buscando expressar-se de forma original. O poetrix rompe, naturalmente, com antigos esquemas simplificantes e reducionistas e investe num sistema complexo, cujas categorias são opostas à simplicidade: a complexidade, a desordem e a caoticidade, próprias de sistemas não-lineares, capazes de realizar trocas com o meio envolvente.



4 INDICAÇÕES:


4.1       EXPLORAR O PODER DO TÍTULO,. para o qual não há limite de sílabas. Uma das grandes vantagens do poetrix é a existência do título, que habitualmente não existe no hai-kai .

4.2       MINIMALIZAR. Eliminar todas as palavras que estão sobrando. Escrever um poetrix é lapidar um diamante. Raramente um texto está pronto em sua primeira versão. É necessário, sempre, aprimorá-lo.

4.3       PESQUISAR. Uma idéia original pode ser enriquecida com informações complementares, ampliando-a em conteúdo e significado.

4.4 UTILIZAR FIGURAS DE LINGUAGEM. Em todas as formas poéticas, o uso de figuras de linguagem, metáforas, tropos e imagens enriquecem bastante o texto.

4.5       PERMITIR QUE O NÃO-DITO FALE. Evite menosprezar a inteligência e a perspicácia do leitor. O poetrix deve instigá-lo a buscar significados nas entrelinhas, a descobrir outros contextos e sentidos.



5 CONTRA-INDICAÇÕES:

5.1      EVITAR AS ORAÇÕES COORDENADAS. Um poetrix não é uma frase fragmentada em três partes.

5.2      NÃO CONFUNDIR POETRIX COM HAI-KAI. Para isso, é importante conhecer, também, os fundamentos do hai-kai, que tem suas próprias características.

5.3      CONJUNÇÕES EMPOBRECEM O POETRIX: mas, contudo, porém, todavia, não obstante, entretanto, no entanto, pois, geralmente não servem para nada em um poetrix, podendo ser eliminadas sem prejudicar o texto.

5.4      NÃO FORÇAR RIMAS. Poetrix não é trova. Às vezes pode-se dispensar completamente uma rima utilizando-se bem o ritmo, a sonoridade e a riqueza semântica das palavras.

5.5      POETRIX NÃO É PROVÉRBIO, MUITO MENOS DEFINIÇÃO. Muito menos, frase de parachoque de caminhão.


Coordenação Geral do Movimento Intenacional Poetrix
Brasil, Janeiro de 2009

Versão 1.2 - Janeiro/2010

Leia, também, o texto FORMAS MÚLTIPLAS - DEFINIÇÕES.

(participe do Grupo Virtual Poetrix enviando um e-mail para: 

poetrix-subscribe@yahoogrupos.com.br

Outros contatos: movimentopoetrix@hotmail.com


Movimento Poetrix

Grafia de um espelho sonhado



- baseado em fatos verídicos

Acordei no meio do sonho. Mas como posso dizer que era meio de sonho, se não sei quanto tempo mais ele duraria?

Mas lá estava eu, no meio do sonho, bem no seu núcleo, na sua cerne,
acordado, enquanto dormia.

Era um sonho, não poderia haver lógica e, por mais que eu entendesse as palavras, os diálogos não poderiam encerrar nexo algum.

O tempo era incogitável. Peso, gosto... essas coisas, também eram referências irrelevantes.

Parecia haver cor, embora o sombrio predominasse, e o som era calmo, como geralmente nunca é.

Então lembro de ter visto um espelho empoeirado em um canto qualquer,
aproximei-me e consegui ler uma frase rabiscada com o dedo:

"Ser derrotado não é perder, é desistir".

E já ali, dentro do sonho, eu sabia que essa mensagem tinha forte e direta ligação com a vida de meu filho.

Acordei e nunca desisti, 
nunca esqueci o sonho, o espelho...

O batismo do vento


- o menino assustado e seu sorriso tímido


Trouxe batismo, a tempestade,
e a tarde tingiu-se de um minério acinzentado.

Ventos castravam as copas e os cismos
e arpões de raios fisgavam as retinas dos rios.

Mas então, assim como veio, afastou-se
o vento e o bramir das inquietudes,

deixando para trás um campo em desalinho,
algumas casas e uma pedra de silêncio.

Ainda assustado, um menino espiava
pela franja do espanto,

enquanto amolava a lâmina do sorriso
no dorso de um tímido arco-íris.

Um anjo na visão da paisagem


- o sol no lugar do coração

Taciturno, melancólico, o velho camponês
herdou o ofício de salpicar sementes na espuma da manhã.

Cansado, agora engole a aridez das pedras
e o amargor das relvas sem vida.

Com o dorso curvado, como o movimento da poeira entre os dias,
arrisca uma prece, com escassa réstia de esperança,

e então seus olhos, dois pássaros confusos e perdidos,
abraçam a figura de um milagre:

- Um menino, com um sol no lugar do coração,
aproxima-se e sorri, iluminando o pomar,

e seu hálito tem o poder das chuvas
e sua palavra é uma benção de fartura.

Brotam então novos dias e a ordem das coisas
experimenta a comunhão com o sagrado. 

Anotações para um concerto noturno, a céu aberto


- grafite feito com a sombra das árvores

A brisa é uma miragem do vento,
enquanto cintila a noite com seus semitons.

Entre carvalhos e paineiras, o espírito da lua
tece um canto com fios e adornos de nostalgia.

Grilos, sapos, corujas e pardais
ensaiam versos de jejuar com o silêncio.

Sorriem azaléias e amoras
gotejam sangue no humo ainda aquecido.

E o rio, que é um espelho,
traz estrelas com sede de ouvir.

Minha mão cobre os pássaros



- longe é o sonho

Uma revoada, vista sob a luz do céu,
é um cardume em um mar de azul mais profundo.

Longe é o que minha mão não alcança
e nem meu sonho consegue conter.

Mas ainda assim,
gosto de contemplar o longe.

Estendo meu braço
e minha mão tem o dom de cobrir o sonho,

e quando cobre os pássaros,
cobre também os peixes.

Um evangelho rabiscado na areia


- a brisa entre o mar e as dunas

O dedo de um anjo
rabisca o Evangelho na areia

e outro anjo sorri, sentado na brisa,
ao norte das dunas.

E nasce em nós agora essa brisa
lambendo a casca da infância

como um pedaço do vento
que sempre existiu entre o mar e as dunas.

Um menino fugindo devagar







 - para Nelson Ribeiro Coelho

Ofereço o ombro e uma prece para meu pai,
este menino que agora vejo partindo.

Foi longo e inquieto o leito do tempo,
mas agora é tudo tão breve

e as lembranças são como vento
escorrendo entre os juncos.

Os olhos são tristes. A voz rouca balbucia um lamento,
a tosse é uma queixa disfarçada.

De barro, o arco das pernas e uma fuga sem pressa,
cerzida nas longas noites sem sono.

Meu pai é um velho menino e está partindo para a paz
que ele inventou para si mesmo.

onde o mar e o tempo


onde o mar, eu flutuo.
Estou acelerado,
então o tempo... recuo.

Onde o mar, eu navego.
Estou consumado,
então o tempo... me nego.

Onde o mar, eu sonho.
Estou fragmentado,
então o tempo... me recomponho

Onde o mar, eu reflito.
Estou amordaçado,
então o tempo... grito.
 
Onde o mar, eu enjoo.
Estou ancorado,
então o tempo... lanço-me no voo.

Onde o mar, eu naufrago.
Estou desequilibrado,
então o tempo... me embriago

Onde o mar, eu me jogo.
Estou angustiado,
então o tempo... me afogo

Onde o mar, eu afundo.
Estou cansado,
então o tempo... abandono o mundo.


ser indução


Seres mulheres,
serpentes, ser gente.

Línguas, dizeres,
salivam prazeres.

O sublime, sublima,
e tem dom de domínio.

Faz sina, maquina,
fascina o fascínio.

Enquanto induz, atrai;
e então distrai e seduz.

sadim


Sou um revés de midas,
bizarra magia em mãos de barro.

Onde toco nada reluz.
Onde toco, não desenho o tempo.

E, onde toco sementes,
brotam florestas de tocos.

tuas duas nudez


Tua nudez habita dois mundos:
- o teu próprio mundo
e o mundo de minhas abstrações.

No primeiro, há um abandono de vestes
e, no segundo, uma proliferação de fantasias.




este céu




"Este céu é para ser visto de joelhos" 
(Fernando J. Karl)

Afunda os joelhos, meu espírito,
no hálito macio das dunas.

Encharca de marulho, a concha de meus ouvidos,
enquanto a brisa lambe o salitre da garganta.

Ondas de espuma espalham estrelas pela franja litorânea
e a imensidão inaugura o evangelho de estar ali.



minha paz


Minha paz é ausência.
É um sublime estado de nada.

Minha paz abstração de não sentir,
em distraído abandono.

Não sinto minha paz, nada se sente,
não a ouço é, profundo silêncio.

Não tem brilho nem tem gosto,
minha paz é um longe antes da aurora.


crendice de cheiro


água cheiro de lavanda
lavando mulheres descendo a escadaria
santos e anjos ora entorpecidos
de um juízo perfumado
e uma crendice em vertigem

trans ceder


Fechar os olhos
e, na ausência de luz,
saber-se luz.

Verti rios e ajuntei vales e campinas,
desenhei hortos e caminhos, entre oliveiras.

Entre macieiras, seduzi as línguas de serpentes,
e esculpi palavras, para compreender o silêncio.

Agora sei que uma réstia de luz trespassa-me
com a força e a ternura de um evangelho

e, nesse corpo de pele, músculos, ossos e luz,
habita a passagem entre tudo que fui e aquilo que seremos.

tempo de iluminação



Despertai, incrédulos e adoradores de falsos ídolos!

E que a verdadeira luz desvaneça as trevas da ignorância, alimentada por temores infantis.

Sim, sois crianças e quereis fazer juízo sobre o que desconheceis ainda.

É chegado o tempo de destruirdes lendas e despertardes para a o verdadeiro estado de consciência divina, que vem da iluminação interior.
 
 

o remorso é minério

o remorso é o minério da alma